terça-feira, 28 de setembro de 2010

A MACONHA PATENTEADA!

Os artigos dos proibicionistas Ronaldo Ramos Laranjeira e Ana Cecília Petta Roselli Marques (“Maconha, o dom de iludir”, 22/7, e “Lobby da maconha, 20/8) romperam todos os limites do bom senso. Razão pela qual foram contestados de  forma veemente pelo professor da UNIFESP e especialista em Psicofarmacologia Elisaldo A. Carlini, em seu artigo "Cannabis Medicinal: Não lemos e não gostamos?" e pelos artigos dos professores Sidarta Ribeiro, João R. L. Menezes, Stevens K. Rehen e da psiquiatra Juliana Pimenta (“Ciência e fraude no debate da maconha, 30/7, e “Lobby da proibição, 7/9).

Em 22/09, o pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip) e doutorando em Farmacologia Rafael Guimarães dos Santos em seu artigo "Falta ciência na discussão sobre a maconha", publicado na Folha de São Paulo, fez críticas às duas correntes do debate, levando o Neip a esclarecer em nota pública que aquele artigo não refletia a opinião do Núcleo.
Quando em maio deste ano foi realizado o Simpósio Internacional: “Por uma Agência Brasileira da Cannabis Medicinal?”, e foi aprovado por unanimidade um documento recomendando ao Governo Federal a oficialização da criação da Agência Brasileira da Cannabis Medicinal, eu estava lá! Então, posso afirmar: no Brasil, desde abril de 2004, quando o CEBRID, através do professor Elisaldo A. Carlini (e outros) com o apoio da  Secretaria Nacional Antidrogas, Ministério da Justiça, Ministério da Saúde e International Association for Cannabis as Medicine, organizou o Simpósio: "Cannabis sativa L. e Substâncias Canabinóides em Medicina", não cabe mais esses insensatos questionamentos quanto à utilização medicinal da Cannabis. E para o "Lobby da proibição" cair na real, é só copiar o link abaixo:

http://www.scribd.com/doc/7804202/Cannabis-Sativa-L-e-substancias-canabinoides-em-medicina

A questão é outra: quem deterá o poder sobre a Cannabis medicinal? Os laboratórios a querem exclusivamente na forma de medicamentos, derivados de seus canabinóides, e têm farto apoio na classe médica (que eles fazem a cabeça?); alguns, a querem dentro de um modelo semelhante ao da Califórnia; outros, preferem o modelo holandês, onde há duas correntes: a da Agência Medicinal (que quer exclusividade) e a dos Bancos de Sementes e... Muitos a querem LIVRE para AUTOCULTIVO!    

Enquanto alguns médicos, cientistas e pesquisadores levantam dúvidas sobre a utilização medicinal da Cannabis, o Governo americano faz de tudo para mantê-la classificada como uma substância da Classe I: que não tem aceitação para uso médico. Então, por que diabos a PATENTEOU?


Sob o número 6.630.507, a patente diz que os canabinóides são antioxidantes neuroprotetores úteis na prevenção e no tratamento de uma ampla variedade de doenças, incluindo doenças auto-imunes, acidentes vasculares cerebrais, traumas, Parkinson, Alzeheimer e demência HIV. A patente, de 2003, é baseada na pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Saúde, e é atribuída ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, com vigência até 2021.




Nenhum comentário:

Postar um comentário