segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Reportagem sobre o nosso livro "Tá todo o mundo enganado!" no Bom Dia Mirante



Caros Internautas,


No dia 06 de outubro, o nosso livro Tá Todo O Mundo 
Enganado! - Sobre a Maconha e a Política de Guerra às Drogas Mundial foi lançado dentro da programação da 9ª FeliS - Feira do Livro de São Luís.

Na ocasião, concedemos uma entrevista ao repórter Werton Araújo, da TV Mirante, Rede Globo, São Luís, que foi exibida, no dia seguinte, no BOM DIA MIRANTE.

Vejam a reportagem no link abaixo.


O livro está à venda, com remessa para todo o Brasil, através da Livraria Virtual da Editora Babecco:

Abração!

segunda-feira, 15 de junho de 2015

MACONHA, JARARACAS E MÁ-FÉ

Por: UBIRAJARA RAMOS*



Em 22/11/2014, a página Opinião ZH, do Grupo RBS, de Porto Alegre, publicou o artigo “MACONHA MEDICINAL: VAMOS RECEITAR JARARACAS?”, onde o psiquiatra Sérgio de Paula Ramos faz capcioso paralelo entre o canabidiol (CBD), derivado da maconha, com a bradicinina, encontrada no veneno de jararaca, usada como remédio para baixar a pressão arterial. Em 11/06/2015, requentada pelo psiquiatra Marcos Estevão S. Moura, no artigo “'POR QUE NÃO LIBERAR?”, publicado no Correio do Estado, de Campo Grande (MS), a polêmica comparação voltou à baila.

Defensores do retrógrado PLC 37/2013, do deputado federal Osmar Terra (PMDB/RS), que visa exacerbar, no Brasil, a fracassada Política de Guerra às Drogas Mundial, esses psiquiatras destilam mais veneno do que as jararacas de seus artigos. Senão, vejamos: no Brasil, segundo o artigo “Envenenamento Crotálico: epidemiologia, insuficiência renal aguda e outras manifestações clínicas”, publicado na Revista Eletrônica Pesquisa Médica, Vol. 2, nº 2, as Bothrops são responsáveis por 90,5% das picadas de cobras, à taxa de letalidade de 0,31%, com as notificações de 2005 contabilizando 185 MORTES; enquanto a maconha, em 10.000 anos, nunca matou ninguém!

Quanto à segurança da droga, não custa lembrar: overdose de água mata. Maconha, não!

No entanto, ao que parece, os citados psiquiatras não foram buscar inspiração na ciência, mas no fantasioso e aterrorizador artigo “Maconha – Assassina da Juventude”, escrito por Harry Jacob Anslinger, em sua CRUZADA CONTRA A MACONHA, em 1937: “O assassino foi um narcótico conhecido na América como maconha, e na História como haxixe. É um narcótico utilizado sob a forma de cigarros, relativamente novo para os Estados Unidos e tão perigoso quanto uma cascavel enrolada.” Apenas trocaram a cobra: sai cascavel; entra jararaca!

Por outro lado, o tratamento com MACONHA que vem sendo aplicado COM SUCESSO em crianças com raros casos de epilepsia infantil – onde todo o arsenal médico disponível fracassou –, segundo o “PROVINCIAL MEDICAL JOURNAL”, de Londres, já era utilizado pelo Dr. O’Shaughnessy, em 1843. Portanto, a referida comparação não passa de um embuste embasado em preconceito e ignorância, ou pior: em escusos interesses econômicos, uma vez que estamos diante de uma “novidade” conhecida pela Medicina há 172 anos!

No caso, vem a calhar as palavras do Dr. Elisaldo Carlini, farmacologista da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), estudioso do assunto há mais de 50 anos, na Conferência da 58ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC): “Pura burocracia, preconceito e desinformação. (...) Não há mais empecilhos científicos para que a maconha seja liberada para fins de pesquisas e uso medicinal, mas há sempre a barreira social e política. As restrições que existem são mais de cunho ideológico e moralista e partem de pessoas que simplesmente não querem aceitar que a maconha não é a erva do diabo.”

Então, baseado nisso, vamos liberar e receitar a maconha!

______________
* Pesquisador independente, é autor de TÁ TODO O MUNDO ENGANADO! – Sobre a Maconha e a Política de Guerra às Drogas Mundial. Olinda (PE): Editora Babecco, 2014.