Em 1985, Gilberto Gil, cantor, compositor, ex-ministro da Cultura e ‘imortal’ da Academia Brasileira de Letras, já denunciava: “Nos barracos da cidade/Ninguém mais tem ilusão/No poder da autoridade/De tomar a decisão”.
Em 2008, o cronista e
publicitário Joca Souza Leão detonava no Jornal do Commercio: “Das mais de
setecentas favelas, pelo menos em trezentas as pessoas vivem na mais absoluta
miséria. Casas de lata, de restos de madeira e papelão. Sobre palafitas ou na
lama, boiando, literalmente, na merda. Encravadas em ribanceiras, como
armadilhas engatilhadas, esperando as chuvas de junho para matarem seus
moradores soterrados. (...) O Recife é uma favela só”.
Em 2014, nosso livro ‘Tá todo o
mundo enganado!’ acrescentava: “No Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia... Tudo se
repete! Do Norte ao Sul, o Brasil é uma favela só!”.
Resultado do descaso: em maio de
2022, 127 mortos e mais de 9.000 desabrigados no Grande Recife; e, agora, na
tragédia ocorrida no Litoral Norte de São Paulo, 50 mortos e mais de 4.000 desabrigados.
E pior: segundo a Defesa Civil Nacional, há cerca de 4 milhões de pessoas morando
em aproximadamente 14 mil pontos de áreas de risco de desastre no Brasil!
Senhores prefeitos e governadores,
que vergonha!
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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